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No quarto domingo de abril de 1500, o frei Henrique Soares de Coimbra celebrou a primeira missa católica no Brasil. Cinqüenta e sete anos depois, no terceiro domingo de março de 1557, o pastor Pierre Richier celebrou a primeira Santa Ceia no Brasil (e em todo o continente americano). A missa foi ministrada em latim por um religioso franciscano de nacionalidade portuguesa, pouco mais tarde sagrado bispo. A Santa Ceia foi ministrada em francês por um pastor calvinista francês, doutor em teologia. O primeiro evento deu-se ao ar livre numa praia da Baía Cabrália, no litoral baiano. O segundo aconteceu no Forte Coligny, na ilha de Villegaignon, na Baía de Guanabara, onde hoje fica a Escola Naval, ao lado do aeroporto Santos Dumont.

Nos 57 anos compreendidos entre a primeira missa e a primeira Santa Ceia, a Europa foi sacudida pela Reforma Protestante. Richier era dois anos mais novo que João Calvino, de quem tinha sido aluno em Genebra e por quem fora enviado ao Rio de Janeiro para dar assistência aos huguenotes radicados no Brasil e para evangelizar os silvícolas que habitavam a região fluminense. A Santa Ceia reformada aconteceu quarenta anos depois da data histórica da Reforma (1517), 11 anos depois do início do Concílio de Trento (1545), no ano da morte de Catarina von Bora (viúva de Lutero) e 15 anos antes da triste Noite de São Bartolomeu (1572).

 

Tanto na instituição da Santa Ceia por Jesus em Jerusalém na noite da quinta-feira da semana da Paixão como na celebração de Pierre Richier no Rio de Janeiro, na manhã de domingo de 21 de março de 1557, havia um sinistro traidor, que, durante algum tempo, conseguiu se esconder. O primeiro chamava-se Judas, o Iscariotes; o segundo chamava-se Nicolau Durand de Villegaignon, vice-almirante e colonizador francês que fundou a França Antártica no Rio de Janeiro em 1555. Em outubro de 1557, sete meses depois de ter tomado a Santa Ceia ajoelhado sobre um coxim de veludo, Villegaignon expulsou os calvinistas da ilha de Serijipe (hoje Villegaignon) para o local chamado La Briqueterie (hoje Olaria). Menos de três meses depois (janeiro de 1558), o pastor Richier e outros genebrinos foram obrigados a voltar para a Europa. No mês seguinte (9 de fevereiro), o ex-comungante mandou estrangular e lançar na Baía de Guanabara os quatro signatários da Confissão Fluminense, uma confissão de fé reformada: Jean de Bourdel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon e André la Fon. Por ser o único alfaiate dos franceses e por ter voltado atrás, André la Fon, na última hora, foi poupado. Os outros três tornaram-se os primeiros mártires evangélicos do continente. Foi Richier quem deu o nome “O Caim da América” a Villegaignon.

O 450º aniversário da primeira Santa Ceia realizada no Brasil e nas Américas foi celebrado no dia 24 de março de 2007 no auditório da Escola Naval, na Ilha de Villegaignon. Logo em seguida, inaugurou-se, na Praça Mattathias Gomes dos Santos, defronte à Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro, um monumento escultórico interativo dos pastores que celebraram a Santa Ceia de 1557 (Pierre Richier e Guillaume Chartier). A esta cerimônia e ao culto realizado em seguida, esteve presente o senhor José Alencar, vice-presidente da República.

 

Na mesma ocasião, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos lançou um selo comemorativo e o Presbitério do Rio de Janeiro, em parceria com a Sociedade Bíblica do Brasil, lançou uma edição comemorativa da Bíblia.

Fonte:http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/306/os-450-anos-da-primeira-santa-ceia-realizada-no-brasil-e-na-america

A Primeira Santa Ceia realizada no Brasil e na América

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